Um pouco de História


Recuperar o Conhecimento Perdido_Parte I
Um estudioso americano de nome Matthew Battles, fez um investigação acerca da história das bibliotecas e a lição que se tira da sua investigação é um tanto paradoxal: se há um lugar em que os livros correm sério risco de destruição, é nas estantes de uma grande biblioteca. Em tempos de guerra ou de perseguições políticas e religiosas, as bibliotecas estão sempre entre as primeiras baixas.
Vamos aqui falar de alguns casos.
A famosa Biblioteca de Alexandria, sofreu diversas ofensivas contra os seus livros. Tudo começou com Júlio César que deitou fogo á armada da rainha Cleopatra que estava ancorada no porto de Alexandria. O fogo propagou-se ao edifico da biblioteca. No entanto parece que o fogo foi de propósito e que antes, alguns milhares de pergaminhos foram levados em segredo para o barco de Júlio César que os levou para Roma. A ofensiva seguinte, a mais séria contra a livraria, foi feita pela Imperatriz Zenóbia. Mas também desta vez a destruição não foi total, mas livros importantes desapareceram.
Conhecemos a razão da ofensiva que lançou depois dela o Imperador Diocleciano ( 284--305 d.C. ). Diocleciano quis destruir todas as obras que davam os segredos de fabricação do ouro e da prata. Isto é, todas as obras de alquimia. Pois ele pensava que se os egípcios pudessem fabricar à vontade o ouro e a prata, obteriam assim meios para reunir um exército e combater o império. O seguinte fogo foi talvez premeditado por Teófilo, o patriarca de Alexandria que pretendia transformar a área do Templo Serapis numa igreja cristã.
Apesar de todas as destruições sistemáticas que sofreu, a Biblioteca continuou a sua obra até que os árabes a destruíssem completamente. E se os árabes o fizeram, sabiam o que faziam. Já haviam destruído na Pérsia grande número de livros secretos de magia, de alquimia e de astrologia. A palavra de ordem dos conquistadores era "não há necessidade de outros livros, senão o Livro", isto é, o Alcorão. Assim, a destruição de 646 d.C. visava não propriamente os livros malditos, mas todos os livros. Dizem que os papiros alimentaram as caldeiras das termas públicas durante seis meses.
Ter o controlo sobre a biblioteca equivalia a controlar a fonte do conhecimento e do saber. Por isso, a Biblioteca de Alexandria era tratada como assunto de Estado pela dinastia dos Ptolomeus. Os livros dos estrangeiros que visitavam a cidade eram confiscados. Para combater a concorrência da biblioteca de Pérgamo, os governantes de Alexandria proibiram a exportação do papiro, a matéria-prima dos livros, para aquela cidade da Ásia Menor. O tiro acabou por sair pela culatra: devido ao embargo, os concorrentes inventaram o pergaminho, que se tornaria o principal suporte da escrita por muitos séculos.
TT

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